terça-feira, 2 de junho de 2009

Carlos Drummond de Andrade

Mas viveremos

[...]Mas viveremos. A dor foi esquecida
Nos combates de rua, entre destroços.
Toda melancolia dissipou-se
Em sol, em sangue, em vozes de protesto.

Já não cultivamos amargura
Nem sabemos sofrer. Já dominamos
Essa matéria escura. Já nos vemos
Em plena força de homens libertados.

Pouco importa que dedos desliguem
E não se escrevam cartas nem façam
Sinais na praia ao rubro couraçado.
Ele chegará, ele viaja o mundo. [...]

chegará, sim.

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