domingo, 19 de abril de 2009

Trovadorismo (?)

Inglaterra, Idade Média, 15:45.

- Ó, que belo dia! - exclamou o bretão - Porém, tenho um trabalho a cumprir, e devo fazê-lo.

O bretão bate na porta de madeira antiga onde ali trabalha um marceneiro.

- Marceneiro? Estás aí?!

- Sim, muito bem estou, nobre cavaleiro! O que desejas deste humilde servo de sua, vossa, nossa... do rei?

- Marceneiro, saibas tu que fui incumbido de pedir a ti uma mesa. Não qualquer mesa, mas uma redonda que abrigue a nata dos guerreiros mais fiéis do rei!

- Certo então, ó nobre Cavaleiro! Farei o melhor que estes dedos e mente permitem a mim! Voltai em 5 dias úteis, não trabalho aos sábados e domingos.

- Voltarei caro Marceneiro, voltarei!!

* 5 dias úteis*

- Marceneiro?!

- Sim, nobre cavaleiro?

- Estará minha mesa pronta? Necessito dela hoje!

- Certo, aqui está!

- O que lhe devo?

- Nada, nada! Para o rei tudo e qualquer coisa! Se bem que... se não lhe fosse muito...

- Diga nobre Marceneiro!

- Gostaria que o senhor esposasse minha filha. Filha querida, venha cá!

- Olá!

- Santo Deus Misericordioso, prefiro matar mil infiéis a casar com vossa filha horrenda, Marceneiro!!!! Ela é feia pra cace...

- Vade pegar sua mãe então! Ela é feia, mas tenha pena, ó nobre Cavaleiro! Ela é gorda, meio espinhuda e tem um bafo de porco, mas é tremendamente gentil e te tratará como um rei!!

- Mas nem se me tratasse como um deus, eu me casava com esse... dragão!!! Tem que ser muito corajoso e hábil o guerreiro, muito mais que qualquer que esteja vivo, pra dar uns amasso nessa joça aí... Fica com a mesa, eu falo praquele bunda mole que eu me demito! Sabe, eu cansei de ficar com esses pepinos...

- Volte, lindo cavaleiro!! - disse a já desesperançada comedora de presunto.

- Ah, cala boca sua gorda! Eu falo pra você não comer muito, mas e daí? Adianta? Não! Já é o sexto que você afasta! Quer saber, eu desisto também! Vou ver se tem alguma cruzada pr'eu morrer, dá licença viu? - disse o tão miserável pai.

E assim, o bretão sobe em seu cavalo, mostra o dedo do meio e vai embora, em direção ao horizonte longínquo onde pradarias e bordéis o aguardam.

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"Este post foi retirado do blog Cinematec (www.cinematec.wordpress.com). Dê uma passada, talvez você não goste. Digo, goste."

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